sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Existe amor alem da vida?

 Será que realmente existe amor alem da vida?


   Quem ira responder a essa e a muitas outras perguntas é meu amigo Cristiano rover.



Pode um amor durar por toda a eternidade?
Eis a questão principal que decorre do filme Amor além da vida, atual sucesso de público e de crítica no Brasil e em vários países do mundo, arrastando verdadeiras multidões aos cinemas, de onde muita gente sai com mais dúvidas do que quando entrou na sala de projeção.
Acontece que, para responder àquela e a outras indagações profundamente filosóficas - como a reencarnação, por exemplo - o diretor Vincent Ward criou uma interessante hipótese para a vida depois da morte, valendo-se de um bom livro, de ótimos roteiristas, de um elenco de primeira categoria e de efeitos especiais impressionantes, resultando nessa bela produção cinematográfica, que conta inclusive com um site na internet explicando minuciosamente os passos percorridos desde a idéia inicial até o término das filmagens.
O filme é uma adaptação que o roteirista Ron Bass fez para o cinema do livro que Richard Matheson (autor de Em algum lugar do passado) escreveu para sua esposa. O título em inglês 'What dreams may come' foi retirado do drama Hamlet (Ato III, Cena 1), do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), querendo significar que espécie de sonhos podem advir do sono da morte, quando deixarmos o corpo físico e fizermos uma pausa para meditação. Adicione-se a isso as polêmicas paralelas relativas à teoria das almas gêmeas, ao remorso pelo descuido com os filhos, à ideoplastia dominando o mundo material e teremos uma idéia do objetivo dessa interessante película.
De acordo com a sinopse oficial, um exército de artistas na arte de efeitos especiais trabalhou de perto com o diretor Vincent Ward para Chris Nielsen (Robin Williams) capturar o universo do filme e definir seu estilo inovador, extenso. Depois da morte intempestiva do médico Chris Nielsen, interpretado por Robin Williams, um dos atores mais talentosos da atualidade, a memória de amar e ser amado cria um prisma pessoal pelo qual ele transcende a vida terrestre e experimenta um enorme salto pela própria imaginação.
Sua transição para um lugar visualmente empolgante o confunde a princípio, mas logo enfraquece quando Cuba Gooding Jr. no papel de Albert, o seu guia na vida após a morte, lhe informa: - "Chris, você morreu há pouco, mas não desapareceu!" .
No reino das alternativas, Chris fica encantado ao descobrir um céu que, para ele, existe no mundo magnífico das pinturas de sua mulher Annie (interpretada por Annabella Sciona). regozijando-se entre o temor e a majestade desse mundo pintado, repleto de recordações e sonhos românticos que ele certa vez compartilhou com ela. Mas até mesmo nesse paraíso. Chris sente-se melancólico sem a mulher amada. A vitalidade criativa que assim vai penetrando em Chris, paradoxalmente limita em escura desilusão a frágil e solitária Annie.
Quando fica sabendo que a esposa jamais poderá unir-se a ele no seu paraíso. Chris jura encontrá-la onde estiver, embarcando então em uma odisséia épica por uma tapeçaria de ilusões infinitas, contando apenas com um rastreador da selva espiritual (papel do excelente Max Von Sydow) e o seu amor incondicional pela companheira, a quem tentará livrar dos tormentos infinitos do inferno.
Segue-se uma exploração corajosa de mundos criados apenas pela imaginação de um diretor visionário, secundado por um novelista aclamado, um roteitista distinto e um elenco talentoso e premiado. É uma representação singular, atordoante e ambiciosa de uma hipótese para a vida depois da morte, combinando elementos de fantasia, drama e espetáculo. Além disso, como lembrou o próprio ator Robin Williams, o filme retoma "a idéia de que almas gêmeas existem e que o seu amor prossegue após a morte, idéia que é poderosa, constrangedora, maravilhosa."
Ao enfocar a temática espírita, que vem inspirando o teatro, o rádio, o cinema e a televisão com interesse cada vez maior, o filme Amor além da vido misturou os dogmas dantescos do paraíso, inferno e purgatório com alguns princípios revelados pelo Espiritismo. entre eles a sobrevivência da alma, a comunicação entre vivos e mortos (na película há um pequeno ensaio de psicografia), a formação de imagens pela força do pensamento (ideoplastia) e até a reencarnação, muito embora o seu enredo, por motivos óbvios, não siga exatamente a codificação da doutrina espírita.
Diante disso, prosseguindo com o nosso propósito de analisar temas atuais em comparação com o Espiritismo, procuremos conhecer a real situação dos Espíritos depois da morte, o problema da felicidade e infelicidade dos Espíritos, os dogmas do paraíso, inferno e purgatório, o reencontro com parentes e amigos, e ainda as verdadeiras relações de afeição no além-túmulo:
A real situação da alma após a morte
Por ocasião da morte, tudo, a princípio,é confuso. De algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida (este referencial de perturbação, depende da evolução de cada um), no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.
Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos. Aqueles que, desde quando ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro que os aguardava, são os em que menos longa ela é, porque esses compreendem imediatamente a posição em que se encontram.
Aquela perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nos casos de morte violenta, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc .. o Espírito fica surpreendido, espantado e não acredita estar morto. Obstinadamente sustenta que não o está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele. Acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos VIVOS.
Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou: considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, porque pensa, vê, ouve, tem a sensação de não estar morto. Mais lhe aumenta a ilusão o fato de se ver com um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o sólido e compacto como o primeiro e, quando se lhe chama a atenção para esse ponto, admira-se de não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao que ocorre com alguns sonâmbulos inexperientes, que não crêem dormir. É que têm o sono por sinônimo de suspensão das faculdades.
Ora, como pensam livremente e vêem, julgam naturalmente que não dormem. Certos Espíritos revelam essa particularidade, se bem que a morte não lhes tenha sobrevindo inopinadamente. Todavia, sempre mais generalizada se apresenta entre os que, embora doentes, não pensavam em morrer. Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio enterramento como se fora o de um estranho, falando desse ato como de coisa que lhe não diz respeito, até o momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem, que se conserva calmo, semelhante a tudo a quem acompanha as fases de um tranqüilo despertar. Para aquele cuja consciência ainda não está pura, a perturbação é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à proporção que ele da sua situação se compenetra.
Nos casos de morte coletiva, tem sido observado que todos os que perecem ao mesmo tempo nem sempre tornam a ver-se logo. Presas da perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que lhe interessam.

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